"A TERRA NÃO TEM TRISTEZA QUE O CÉU NÃO POSSA CURAR."



Algumas pessoas acreditam, erroneamente, que se tornar um cristão será um abrigo para as tempestades pessoais da vida. Uma das partes mais lindas da Bíblia é o Livro dos Salmos. Por causa da ampla gama de estados de espírito e de experiências que ele representa, nós procuramos o Livro dos Salmos com muita freqüência. Muitos dos Salmos foram escritos durante períodos de crises pessoais e nacionais Salmo 137 expressa a dor e a agonia de um povo banido da sua terra natal. Depois de devastar a terra de Israel, o exército babilônio forçara os seus cativos a marcharem para uma terra estranha e um futuro aterrador. Deprimidos e abatidos, os hebreus abandonaram seus instrumentos musicais. Não sobrara canção alguma em seus corações. Este salmo reproduz com agudeza os sentimentos de um povo refugiado. Muitos dos salmos refletem as crises pessoais enfrentadas por Davi, o maior rei de Israel. Nós o vemos como um homem de êxitos inacreditáveis – sua vitória juvenil sobre Golias, o gigante filisteu, a sua admirável ascensão de pastor a monarca, suas vitórias notáveis sobre os inimigos de Israel. Porém, Davi também foi um homem de tristezas insuportáveis. Acusado injustamente de traição, foi forçado a viver como fugitivo durante anos. Um de seus filhos morreu quando bebê, alguns eram moralmente corruptos, outros foram implacavelmente assassinados. A certa altura de seu reinado, a sua própria nação se voltou contra ele, quando outro de seus filhos tentou dar um golpe de Estado. Deus chamou Davi de “um homem que (Me) agrada” (I Sam. 13:14). Embora fosse óbvio que Deus amava Davi, não o isentou do sofrimento. Ninguém está isento do toque da tragédia, nem os cristãos nem os não-cristãos; nem os ricos nem os pobres; nem o líder nem o seguidor. Cruzando todas as barreiras raciais, sociais, políticas e econômicas, o sofrimento une toda a humanidade. A Realidade do Sofrimento. É difícil falar sobre o sofrimento ou escrever sobre ele, pois não é algo que possa ser adequadamente examinado fora da esfera da experiência. Ele não é abstrato nem é filosófico. É real e concreto. Deixa cicatrizes. Quando os ventos da adversidade passam, poucas vezes permanecemos os mesmos. Só compreende o significado do sofrimento quem já passou por alguma crise. E, muitas vezes, é apenas em retrospecto que nos damos conta do propósito e do valor de nosso sofrimento. Já notou que aqueles que causam o maior impacto sobre a sociedade são, em geral, aqueles que mais sofreram? O sofrimento na vida fortalece o caráter de uma pessoa, fazendo com que ela procure energias desconhecidas para superá-lo. As pessoas que passam pela vida sem serem marcadas pelo sofrimento ou tocadas pela dor tendem a ser superficiais nas suas perspectivas de vida. O sofrimento, por outro lado, tende a arar a superfície de nossas vidas para deixar à mostra as profundezas que oferecem uma força maior de propósito e realizações. Somente a terra profundamente arada pode dar uma colheita rica. A dor tem muitas faces. Existem tantas feridas invisíveis quanto visíveis, e pode haver dificuldade em diagnosticá-las. Sabemos que a parte invisível do homem é muitas vezes a vítima da mais debilitante das dores. Em certas circunstâncias, um homem pode suportar uma dor física cruciante; e, no entanto, pode ser derrubado por uma palavra cruel. As Escrituras têm muito a dizer sobre o poder da língua para infligir crueldade. O salmista escreveu que as palavras amargas são como flechas mortais. Tiago escreveu: “Assim a língua também é um pequeno membro, mas se gaba de grandes coisas. Vede como um pouco de fogo abrasa um grande bosque! E a língua é um fogo, um mundo de iniqüidade colocado entre os nossos membros, a língua, que contamina o corpo todo e incendeia o curso da vida.” (Tiago 3:5, 6) O homem é capaz de grandes vitórias e é suscetível a grandes derrotas. O homem é a um só tempo forte e sensível. Como exclamou o salmista: “Graças te darei, pois sou assombrosa e maravilhosamente feito.” (Salmos 139:14) Precisamos tentar aplicar intensamente esta sensibilidade ao lidar com o sofrimento, em especial ao considerar os sofrimentos dos outros. Não podemos sentir a dor de outrem. Podemos ver a angústia no seu rosto e tentar empatizar com ela. Não podemos conhecer integralmente a magnitude da sua angústia. Jamais devemos minimizar o sofrimento de outrem. A Escritura manda: “Chora com os que choram.” (Romanos 12:15) Nossos sofrimentos físicos expressam uma grande verdade. Como escreveu convincentemente C.S. Lewis: “a dor… finca a bandeira da verdade dentro da fortaleza de uma alma rebelde”. A verdade é a seguinte: o corpo do homem é mortal, temporal. O homem precisa enxergar além de si mesmo para encontrar a imortalidade. O sofrimento é um dos meios de Deus falar conosco. Por intermédio da dor, percebemos a necessidade que temos dele, citando novamente C.S. Lewis: “Deus sussurra para nós em nossos prazeres, fala na nossa consciência, mas grita nas nossas dores. O sofrimento é o seu megafone para despertar um mundo surdo.”Se nosso sofrimento nos conduz a Deus, ele se tornou um amigo abençoado e precioso.Todos são suscetíveis à depressão. Os cristãos não fogem à regra. Elias, o dinâmico e dedicado profeta de Deus, defendeu valente e eficazmente a causa de Deus em confrontos aterradores com o paganismo. Elias subiu aos píncaros da fé ao resistir às continuadas ameaças do malvado rei Acabe e de sua perversa mulher, Jezabel (1 Reis 19). Porém, chegou a certa altura da vida em que quis desistir completamente. Até mesmo as tarefas mais simples da vida tornaram-se grandes demais para serem suportadas. “Já chega”, disse ele. “Agora, Senhor, tira-me a vida.” Ele estava assoberbado por uma combinação de exaustão e depressão. Deus não atendeu ao seu pedido, nem o repreendeu. Deus sabia que Elias sofria de exaustão e depressão e deu a ele aquilo de que precisava: sono e comida e a reafirmação de que não estava só. Deus enxergou a raiz do problema de Elias; ele esgotara as suas reservas físicas e mentais. Ele ultrapassara o seu ponto crítico.Alguém já disse: “Muitos problemas são resolvidos por uma boa noite de sono.” Porém, os problemas que ainda permanecem conosco quando acordamos necessitam do toque especial de Deus. Outra figura importante na história do cristianismo sofreu de modo semelhante: João Batista. No final de um ministério popular e florescente, João Batista foi aprisionado por Herodes Ântipas, governador da Galiléia. João, o homem do deserto com a sua amplidão e liberdade, e um pedaço de céu sem fim, estavam presos numa masmorra escura e úmida. Durante o tempo em que esteve preso, a fé de João foi abalada até seus alicerces. Este era o mesmo João que dissera: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo?” (João 1:29) O que o fizera questionar? Ele compreendera quando alguns de seus discípulos o abandonaram para seguir a Jesus. E então denunciara Herodes por estar vivendo com a mulher do irmão e foi preso. É Mateus quem nos diz: “Como João no cárcere tivesse ouvido falar das obras de Cristo, mandou pelos seus discípulos perguntar-lhe: És tu aquele que há de vir, ou é outro o que devemos esperar?” (Mateus 11:2,3) O que João ouvira contar? Que obras de Jesus? Ouvira contar que Ele comera com os publicamos e os pecadores? Que Ele tivera compaixão de uma mulher adúltera – o mesmo pecado de adultério que João denunciara e que o levara à prisão? Ou ouvira contar de Seus milagres? Jesus podia ter salvado João e não o salvou; nenhuma palavra de protesto se erguera contra o gesto de Herodes; a prisão que não se abria, inexplicável. Talvez fosse tudo isso combinado que fizera com que a fé de João fraquejasse. A resposta de Nosso Senhor ao profeta aflito é notável. Depois de tranqüilizar João quanto à sua identidade, Ele louvou tanto a João quanto ao seu ministério (Mateus 11:1-11). Vance Havner fez a seguinte observação sobre este episódio: “Enquanto João falava o pior sobre Jesus, Jesus falava o melhor sobre João.” As pessoas deprimidas precisam de reafirmação e encorajamento. Jesus sabia disso e agia nesse sentido. Podemos aprender muito com o modo como Deus tratou Elias e como Jesus tratou João Batista. Eles podem servir como modelos para cuidarmos daqueles que sofrem de ansiedades mentais. As pessoas aflitas precisam de uma mão suave e prestativa e de palavras de encorajamento. Todos nós sofremos desapontamentos na vida. Às vezes, o efeito sobre nós pode ser pequeno. Noutras vezes, nossas vidas podem ser devastadas. Deus estará contigo por ande quer que andares “(Josué 1:9b). Deus prometeu a Sua presença. E onde Deus está lá também encontramos a Sua paz e o Seu poder – um poder que nos permite sobrepujar o desalento e que nos guia através das derrotas na vida. Como veremos, Deus pode até mesmo usar nossos desapontamentos para trazer o bem para nossas vidas. Temos que nos lembrar de que somos vasos fracos, através dos quais Deus pode canalizar Seu poder para realizar Seus propósitos. Nem toda a dor é destrutiva. Há um sentido no qual a dor age como um sistema de alerta, advertindo-nos . Às vezes, temos feridas que são profundas e sensíveis demais para os outros enxergarem ou ajudarem.Porém, quem, exceto o próprio Deus, pode explorar o meu eu invisível – meu coração, minha alma, meu espírito?“Jeová, tu me sondas e conheces; tu conheces o meu sentar e o meu levantar, de longe entendes o meu pensamento.” (Salmos 139:1,2) Somente Deus pode diagnosticar com precisão o nosso problema, e Ele nos mostrará como resolvê-lo. E quando não houver solução, Ele nos dará a graça de viver com o problema. Somente Deus pode responder à nossa pergunta: “Por quê?” E, se não houver resposta, dar-nos a Sua paz e a graça de viver com “o que não tem resposta.” Deus quer nos ajudar quando sofremos. Ele pode dar a Sua presença para o consolo, o Seu poder para a resistência ao sofrimento, o Seu propósito para podermos discernir a nossa situação. E Ele pode produzir dentro de nós qualidades valiosas, que reforçarão e moldarão nossas vidas. Deus pode nos ajudar porque somente Ele sabe por que estamos sofrendo e aonde o sofrimento pode nos levar. Ele também pode nos ajudar porque Ele sabe o que significa sofrer. Quando atravessamos épocas difíceis e nos voltamos para alguém em busca de conselho e conforto, procuramos quem possa entender – alguém que já tenha passado por uma situação semelhante e possa sintonizar com nossos sentimentos. Deus pode nos entender porque sofreu na pessoa de Seu filho. Enfrentou todo o tipo de problemas físicos, mentais, emocionais, psicológicos e espirituais – e demonstrou a Sua capacidade de lidar com cada um deles.A terra não tem tristeza que o céu não possa curar.Deus quer nos ajudar. Você pode estar passando por dificuldades, nesse momento. Ou talvez a sua vida esteja atualmente isenta de tragédias. A despeito das circunstâncias momentâneas, é importante preparar-se para o sofrimento. O sofrimento raramente faz reservas antecipadas.Receba Jesus como seu Salvador e então comece uma nova vida com ele. Você encontrará a paz de Deus no seu coração, a orientação dele na sua vida e o conforto da presença dele ao longo de seus sofrimentos, ao longo de seu Armagedom pessoal, seja qual for à forma que ele tome.

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